Tâmisa 1888: primeiro dia, parte 2  

Posted by Moriel in , , , ,

Prosseguimos até Walton. Somente uma pequena parte da cidade pode ser vista a partir do rio, de modo que os viajantes poderiam ter a impressão de se tratar de um pequeno vilarejo. Alias, entre Londres e Oxford, somente duas cidades poderiam ser vistas direito do rio: Windsor e Abingdon. A ponte de quatro lances de Walton, unindo as margens de Surrey e Middlesex, foi construida em 1864. Além da cidade, vastas florestas estendiam-se para o interior de Surrey.

Família num barco ao lado da hospedaria “Pescador” em Walton.

A seguir, os barcos passavam pela vila de Halliford, meia milha antes de Shepperton, com o popular hotel “Navio”, bem à margem do Tâmisa. 

Tâmisa em Halliford. Na outra margem, vemos várias casas grandes, duas das quais aparentam ser hospedarias ou hotéis. Na margem mais próxima, um menino ajuda um barco a atracar. 1870.

Igreja de S. Nicolau em Shepperton. A pequena praça da igreja tinha uma aparência particularmente pitoresca devido à presença da velha casa do pároco, ao lado da igreja, e algumas hospedarias. 1883.

A eclusa de Shepperton localizava-se na frente da vila, logo depois da confluência do Tâmisa com riachos Wey, Born e com o canal de Basingtstoke. Foi reconstruída e prolongada em 1829, e tinha um desnível médio de 168 centímetros. Pelo Wey, era possível subir até Guilford.

Ponte ferroviária, ao longe vê-se a torre da igreja de S. James em Weybridge. 1870.

 
O rio Wey, próximo a Tâmisa, 1870.

Em Shepperton, a towpath passava para a margem direita do Tâmisa. A partir desse ponto, as margens do rio eram bastante planas e sem graça. Finalmente, chegava-se a ponte de Chertsey. Ali, na margem esquerda, havia o hotel “Bridge-House”, com excelente embarcadouro. Própria Chertsey, cidade provinciana com quase oito mil habitantes, ficava um pouco afastada do rio. Neste local, havia uma grande abundância de peixes, que poderiam ser pescados da própria margem do Tâmisa.

A eclusa de Chertsey ao lado do Tâmisa, no fundo há uma ponte de cinco lances, construída em 1780-85. 1870.

 
Barragem de Chertsey, 1870.

Alias, o controle sobre a pesca no Tâmisa era bastante rigoroso, com severas penas para aqueles que pescassem no período entre 10 de setembro e 31 de março, e também aqueles que pescavam peixes muito pequenos. Os fiscais poderiam revistar qualquer barco, confiscando peixes pequenos ou capturados fora da temporada, e também todas as ferramentas de pesca ilegais.

Uma senhora esperando pacientemente a balsa em Lalehem, com uma casa simpática, 1870.

Um quarto de milha acima da ponte, está a eclusa de Chertsey, reconstruída em 1866, com desnível de 90 centímetros. Seguindo pela towpath na margem direita, em breve passava-se pela vila de Laleham, na margem oposta. Este lugar era conhecido como um excelente sítio para pesca. Além disso, havia ali resquícios de um acampamento romano. Logo antes de Laleham localizava-se Laleham-House, residência de Earl de Lucan.

A próxima eclusa era a de Penton-Hook, reconstruída em 1875. Seu desnível era de 76 centímetros, e o rio logo abaixo da eclusa era rico em trutas.

Ponte de Steines, 1883.

Depois, passava-se pela ponte ferroviária, construída em 1856, para chegar a Staines. Na própria Staines, havia uma ponte de pedra, construída em 1832. Era uma cidadezinha limpa e confortável, de cinco mil habitantes. “Pouco de Staines pode ser visto do rio, e pouco em Staines representa interesse”. Da margem direita, uma trilha seguia até a estação de trem, a uns dez minutos de distância.

A prefeitura de Staines, construida em 1871-1880. 1883.

Aqui, a towpath passava novamente para a margem esquerda. A uns 300 metros depois da ponte, logo depois do rio Colnes, na margem direita, havia um canal levando até a igreja de Sta. Maria (o pessoal não era muito criativo para essas coisas), e a um embarcadouro, onde era possível alugar ou deixar barcos. Aqui também estavam os banhos femininos, cuja anuidade valia 10 shillings, e um banho único, 4 pences. Um pouco mais adiante, estava a assim chamada Pedra de Londres, que antigamente indicava o local em que acabava a jurisdição de City de London sobre Tâmisa e começava a jurisdição do Comitê do Tâmisa de Preservação de Recursos Aquáticos.

 A Pedra de Londres, 1883.

Na margem esquerda, não havia nada interessante além de uma fábrica.

Eclusa de Bell Weir, 1883.

Depois, chegava-se à eclusa de Bell Weir, nomeada assim em homenagem a seu primeiro responsável, Charles Bell. A eclusa foi reconstruída, em pedra, em 1867, e mais uma vez em 1877, com desnível de 1,5 metros. Ao lado dela, havia o hotel “Retiro do Pescador”, e uma trilha levava de lá até Egham. Mais a diante, o Tâmisa passava pela vila de Runnymede, e a partir daí a paisagem era bastante plana e tediosa até Ankerwycke.

 Barragem de Bell Weir, 1883.

Cabo Piquenique, ou simplesmente Piquenique era o local favorito dos amantes de recreação ao ar livre. Ele estava um pouco depois de Ankerwycke, na margem direita, perto de Ankerwycke-House e do caramanchão chamado Piquenique, que deu nome ao cabo todo. 

 Tâmisa nas proximidades de Egham, 1883.

Cabo Piquenique, 1889.

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